
A apresentação estava prevista para ter início às 20h, porém só começou por volta de 20h30. Sinal de que a pontualidade nem sempre é seguida à risca pelos britânicos, mas nada que tirasse o ânimo da plateia, mesmo debaixo da garoa. Composto por muitos adolescentes e pessoas de meia idade, o público vibrou quando as luzes se apagaram e o quarteto formado por Chris Martin, Guy Berryman, Will Champion e Jon Buckland surgiu no imenso palco. A partir daquele momento, a Passarela do Samba deu lugar a um grande reduto do rock/pop.
Com um belo efeito de jogos de luzes, o Coldplay iniciou o show com duas músicas de sucesso, Life in Technicolor e Violet Hill, o suficiente para aquecer os fãs. Após a introdução, o vocalista Chris Martin, com um português bem carregado, disse "Muito obrigado. Boa noite!", para vibração das arquibancadas e dos admiradores que estavam nas arquibancadas e pistas popular e vip.
Como prova do alto investimento dedicado à produção de seus shows, a cada música cantada o jogo de luz era mudado, proporcionando mais beleza à turnê. E para sentir a energia positiva dos cariocas, Chris decidiu pedir ajuda à plateia, com um "por favor" em português, no acompanhamento de Clocks. De imediato, o coro ecoou no Sambódromo. Ele ainda teve tempo para ir até a passarela próxima ao público para um rápido bate-papo: "Incrível! Está todo mundo bem? Vocês são demais!". Um fã o presenteou com a bandeira do Brasil, que ganhou espaço no pedestal do microfone principal da banda. "Muito obrigado por terem vindo apreciar o show".
Ainda na parte inicial da apresentação, os ingleses cantaram Yellow e viram grandes bexigas amarelas serem lançadas ao ar pelo público. Sempre que uma delas voava na direção do palco, Chris as estourava com a guitarra. Parte do público aderiu as cores da logomarca da turnê e sacudia bolas nas cores vermelha, preta e branca.
Em Strawberry Swing, outro sucesso da banda, os rapazes improvisaram um pequeno palco na passarela, com direito a solos de piano. Já na canção que dá nome à turnê, o Coldplay conseguiu o ponto alto do show, levantando a galera. Quem tinha pouca altura contou com os ombros dos amigos para ter visão privilegiada.
Aqueles que esperavam um contato mais próximo com os músicos não puderam reclamar. Para surpresa geral, o quarteto desceu do palco e caminhou, por um espaço devidamente reservado, entre a galera. Outra agradável novidade foi Don Quixote, a nova canção da banda.
Durante um breve intervalo para os rapazes retomarem o fôlego, os fãs se divertiram com a versão remix de Viva La Vida. Enquanto isso, na loja improvisada que vendia lembranças da banda, era possível comprar a R$ 50 pulseiras da organização não governamental mantida pelos músicos. Da renda, 90% são destinados para países pobres da África e os 10% restantes têm o Haiti como destino. As camisetas podiam ser adquiridas por R$ 70 e os pôsteres saiam a R$ 15 cada um.
De volta ao palco, Chris contou com um guarda-chuva em estilo japonês para se proteger da "chuva" de plásticos picados enquanto cantava Lovers in Japan. Ainda durante essa canção, o público acendeu objetos luminosos, como celulares, máquinas fotográficas e isqueiros, o que gerou um visual interessante na noite chuvosa.
Death and All His Friends, já em tom de despedida, foi finalizada com mais um "muito obrigado". Alguns admiradores entoavam a melodia de Viva La Vida. O quarteto deixou o palco, mas a platéia fez questão de esperar pelo tradicional "bis", que teve The Scientist e Life in Technicolor 2. "Foi ótimo do início ao fim. O Coldplay está seguindo a cartilha do U2, dos melhores shows. O carinho e a proximidade com o público são incríveis. A banda só tem o nome de frio, o contato dos músicos com a platéia é muito legal, bem intimista, totalmente emocional", vibrou o jornalista Marcos Tadeu Santos, de 30 anos, que é de Belo Horizonte, mas veio ao Rio para ver os ídolos de perto.
A banda segue para São Paulo, onde tem show nesta terça-feira (02/03) no estádio do Morumbi.
Nenhum comentário:
Postar um comentário