sexta-feira, 20 de novembro de 2009

O fim da era Tcheco

Como era esperado, a diretoria do Grêmio anunciou, na tarde desta quinta-feira, a saída do meia Tcheco. Aos 34 anos, o jogador chegou para atuar com a camisa do clube no início de 2006 e marcou 43 gols em 182 jogos. No Estádio Olímpico, ele conquistou o bicampeonato gaúcho em 2006 e 2007 e ainda foi vice da Copa Libertadores em 2007 e do Brasileirão em 2008. Depois disto, foi defender o Al-Ittihad, da Arábia Saudita, e voltou em 2008. Foi capitão da equipe durante boa parte deste período.

Pela manhã, o jogador e seu representante, Paulo Afonso, estiveram reunidos com o vice-presidente de futebol Luiz Onofre Meira e o gerente Cícero Souza e acertaram tudo.
– Construímos um acordo que o Tcheco não ficará com o Grêmio em 2010. Fica um vínculo de sentimento por tudo o que o Tcheco representou para o clube. Cria um vínculo muito forte. Ficará na memória de todos os torcedores – disse Luiz Onofre Meira, vice de futebol do Grêmio.

O técnico Paulo Autuori havia pedido a permanência do jogador. Mas, com o retorno do treinador ao Catar, a diretoria e o jogador chegaram a conclusão de que havia chegado a hora de encerrar o ciclo do atleta no Estádio Olímpico.
– Esta decisão foi tomada junto com seus representantes e a diretoria. Foi uma decisão em conjunto, de comum acordo – garante Meira.
O vice-presidente de futebol agora parte em busca de um substituto para o meia. Mas Meira sabe que será difícil encontrar um jogador que se identifique tanto com a torcida como Tcheco:
– Não tem um perfil como o Tcheco. O Grêmio tem contratações a serem feitas, mas nunca serão comparadas ao cidadão Tcheco – disse Meira.

Tcheco deixa o clube sem conquistar um título de expressão, entretanto, o coração da maioria dos gremistas ele ganhou. Em uma enquete feita no Blog Pré-Jogo, no dia em que o meia anunciou a saída do clube, mais de 70% das pessoas responderam que o ex-capitão deveria permanecer no Estádio Olímpico.
– Acho que fiz com minhas obrigações aqui. Mas faltaram os títulos da Libertadores e Brasileirão ano passado. Ficou essa frustração. Infelizmente passou perto e vai ficar essa marca. Devido ao alto nível de competitividade, pelo menos consegui levar os jogadores a brigar pelo título – disse Tcheco.

Na despedida, o meia destacou que tem propostas de outros clubes – não quis revelar nomes – e que sua saída não tem nada a ver com desacordo salarial.
– Não é um momento de agir com o coração e sim com a razão. O Grêmio vem fazendo um belo trabalho de base e estão surgindo vários jogadores na base. Por um motivo ou por outro, a gente acaba ocupando este espaço. E por tudo o que aconteceu este ano, um pouco de desgaste com o torcedor. Isto vem ao natural e fica evidenciado que deve vir outro jogador e conquistar títulos com o Grêmio. Tomamos esta decisão para que não houvesse um desgaste maior no futuro.
Tcheco ainda pretende jogar por mais duas temporadas. O meia se colocou à disposição para atuar nas duas últimas rodadas do Brasileirão com a camiseta tricolor. Será uma forma de se despedir da torcida gremista, que ficará guardada na memória e no coração do ex-capitão:
– A essência da torcida gremista é diferente. Disputando uma vaga na Libertadores, o Grêmio coloca 40, 50 mil tranquilamente. Já o nosso coirmão disputa o título e coloca 15 mil contra o Botafogo. Nossa torcida está sempre apoiando, sendo uma equipe boa ou fraca. É assim que sempre o Grêmio chegou. Isto aí é difícil de esquecer. Um sentimento não se compra e sim se sente. Vou estar à disposição nas duas últimas partidas. Vai ser um prazer jogar ou ficar no banco. Depois do dia 6, isso muda – disse o ex-capitão, mostrando toda a identificação que tem com torcedor gremista.

Emocionado, o jogador deixou uma mensagem aos torcedores do Grêmio:
– Quero agradecer a todos que me apoiaram. A mensagem que quero deixar para a torcida é de jamais perder essa essência de sempre apoiar e ter esse sentimento – encerrou Tcheco.

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