quinta-feira, 12 de novembro de 2009

"Seria divertido rever McCartney e Ringo", diz 1º baterista dos Beatles


Imagine perceber que a banda da qual você era membro até o ano anterior está se tornando a maior do mundo, mudando a história da música. Isso foi o que aconteceu com o britânico Pete Best, baterista dos Beatles de 1960 a 1962.
Na Argentina, onde se apresenta com a banda The Beats, Best conversou com o Terra por telefone e falou sobre os shows que vai fazer no Brasil no próximo sábado (no Vivo Rio - RJ) e no domingo (No HSBC Brasil, em SP).
Confira a entrevista:
Os Beats são considerados a melhor banda cover dos Beatles no mundo. O que você acha deles no palco?Eu os conheci em Liverpool e me convidaram para tocar com eles na América do Sul. Quando vi os músicos tocando, fiquei muito impressionado. É certamente a melhor banda cover dos Beatles que eu já vi.
É a primeira vez que você toca no Brasil?Eu fiz um show com os Beats em Porto Alegre, no início do ano. Mas esta é a primeira vez que vou realmente tocar para o público de São Paulo e Rio de Janeiro.

E como é a sua participação nos shows. Quais músicas tocará para o público brasileiro?Primeiro batemos um papo, que é meio engraçado. Depois toco duas músicas: My Bonnie, quando falamos sobre as sessões de gravação, e Rock And Roll Music, para mostrar um pouco do bom e velho rock and roll para os brasileiros.

Te incomoda ainda ser vinculado aos Beatles, mesmo estando fora da banda há tanto tempo?É legal porque as pessoas ainda lembram de mim pelos dois anos que toquei com a banda, antes dela se tornar a mais icônica do rock. Mas depois dos Beatles montei a minha própria banda, com a qual já rodei o mundo tocando. E é sempre bom ter no currículo que toquei com o maior grupo do mundo (risos).

Você ainda tem contato com Paul McCartney ou Ringo Starr? Conversava com os outros integrantes depois de ter saído da banda?Não. Não converso com nenhum dos integrantes desde 1963, quando subimos ao palco juntos pela última vez, depois que eu já havia deixado o grupo. Nossas vidas tiveram rumos diferentes.

Do meu lado, as portas estão abertas, não há mágoas. Não somos mais garotos, todos já temos netos, seria gostoso sentar novamente com eles e rir sobre os bons momentos que tivemos naquele tempo.

O que achou do relançamento do catálogo da banda remasterizado? E o The Beatles Rock Band?Eu vi sim o Rock Band. Acho que é algo divertido se você já tem uma noção musical e quer tocar aquelas músicas. Mas se você não sabe tocar, não é o jeito certo de aprender. Aí é preciso estudar muito, treinar muito sozinho, para tocar de verdade.
Quanto aos discos remasterizados, eu ouvi sim. Acho ótimo que tenham trazido de novo as músicas dos Beatles para os tempos modernos. Mas não consegui achar muita diferença. Só ouvindo muitas vezes para achar mudanças.

Depois de sair da banda, você continuou acompanhando os ex-companheiros? Era um fã dos Beatles na época?Sim, ouvia os Beatles como todo mundo, vi alguns shows na televisão. Queria saber para onde a música estava indo. Como músico, sempre tive esse interesse. É claro que era diferente para mim, porque eu fui parte daquilo, mas eles estavam conquistando tantas coisas, tinha a "beatlemania" acontecendo no mundo todo.
Tinha algum tipo de remorso naquela época? Assim que saí da banda e por um tempo era algo que me incomodava. Eu achava que deveria estar ali, fazendo parte daquele sucesso. Mas o tempo passou, minha vida mudou, me casei, virei pai, avô. As prioridades mudaram.

Você se arrepende de ter saído da banda?Um dia percebi que não era para ter acontecido mesmo, segui o rumo que minha vida levou. Continuei na música. Hoje, mais de 40 anos depois, tenho minha banda, continuo fazendo o que gosto. Prefiro pensar que, sim, seria muito legal participar de tudo aquilo, mas por outro lado talvez não fosse a vida que eu escolhi para mim

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