O debate sobre a folha de pagamentos do Grêmio chegará ao Conselho Deliberativo na reunião de hoje, embora a ordem do dia fale somente no projeto Arena. Após divergirem publicamente sobre os gastos, o vice de finanças Irany Sant’anna Jr. e o diretor de futebol Luiz Onofre Meira almoçaram juntos ontem e prometeram trégua. Mas conselheiros de oposição procuram explicações sobre uma chamada folha paralela. São gastos que o Grêmio ainda mantém com jogadores que já não estão no Olímpico como nos casos de Túlio e Herrera, emprestados respectivamente a Goiás e Botafogo. O Grêmio completa o salário do primeiro em R$ 70 mil e o do segundo em R$ 40 mil.
O custo da folha paralela chegaria a R$ 400 mil. E elevaria o gasto mensal do futebol para R$ 3,9 milhões. A direção, porém, não confirma esses gastos.
Na parte de baixo da hierarquia salarial do clube, garotos como Mário Fernandes, Maylson e Mithyuê receberão reajustes ainda este ano. Segundo Meira, a premiação já estava prevista quando eles prorrogaram seus contratos.
— Aqui, o reconhecimento é constante. Há um prazo para fazer isso — explica.
Em entrevista a Zero Hora, Irany havia mostrado preocupação com a elevação dos custos mensais. Revelou que o orçamento, que previa R$ 3 milhões com o futebol, é ultrapassado mensalmente em R$ 500 mil. E sugeriu, como forma de contenção, que alguns contratos não sejam renovados. Quinta-feira, em encontro com a comissão de finanças do clube, Irany já havia revelado sua preocupação com o aumento das despesas.
Meira assegura que os gastos estão dentro da previsão orçamentária.
— Somos responsáveis, sabemos o que gastamos — diz o dirigente.
Meira também não aceita a crítica de que jogadores como Fábio Rochemback e Hugo recebem valores elevados pela resposta dada em campo. Ferdinando estaria entre eles. Sem citar números, afirma que os valores pagos são justos:
— Pagamos salários compatíveis com a carreira deles.
Grêmio Empreendimentos
Referendados pelo Conselho Deliberativo, Evandro Krebs e Geraldo Nogueira da Gama passam a integrar hoje o conselho de administração da Grêmio Empreendimentos. Presidido por Adalberto Preis, o conselho também conta com Saul Berdichevski, Mauro Knijnik, Teodoro Pedrotti e Pedro Ruas. Criada em maio de 2007, a empresa vai gerir a arena, com a OAS Empreendimentos.
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