sexta-feira, 12 de março de 2010

A-ha se despede em grande estilo em SP

Foram 28 anos de carreira, emplacando sucessos que se consagraram em filmes, novelas e, no âmbito individual, na vida de cada um de seus fãs, que relacionam as baladas psicodélicas/românticas a uma determinada passagem de suas existências. Quem assistiu ao show do trio norueguês a-ha na noite dessa quarta-feira (10), no Credicard Hall, em São Paulo, conseguiu dar seu "adeus" ao grupo. Os que não conseguiram têm até o final de 2010 para escolher algum lugar do mundo e assistir a uma das últimas apresentações dos músicos, que seguem com a turnê de despedida, Farewell Tour, até dezembro deste ano.

E quem esteve no local parece não ter se arrependido. Às 21h46, as luzes começaram a baixar suas potências e a iluminação do ambiente ficou por conta do telão armado no palco, que exibiu algumas imagens enquanto o som de uma sinfonia ecoava pelo ambiente. Em meio a gritos e pulos, centenas de máquinas fotográficas já estavam armadas, esperando o momento exato dos músicos entrarem em cena. Afinal, para muitos ali, aquela seria a última vez na vida que assistiriam a um concerto da banda. Então, todos os flashes eram justificáveis.

Bandstand foi a primeira música a ser tocada na noite, servindo como uma espécie de balde de água fria na cabeça de alguns, que esperavam uma abertura triunfal com um dos grandes hits da carreira, como Take on Me ou Hunting High and Low. O público da arquibancada e camarotes permaneceu sentado, enquanto quem estava na pista ensaiava o "dois pra cá, dois pra lá", para não perder o pique logo na abertura. "Oi, São Paulo. Vamos começar a festa?", gritou no microfone o tecladista Magne Furuholmen. Porém, o ritmo calmo do trio se manteve até Move to Memphis, sétima música da noite, responsável por fazer os fãs pularem e darem socos no ar.

"Boa noite. Tudo bem?", disse o tecladista em português. "Deixe eu ver suas mãos", acrescentou o rapaz, fazendo os fãs balançarem os braços ao ritmo de Analogue, responsável por esquentar ainda mais o clima entre os casais da plateia. Neste momento, praticamente todos os apaixonados cantaram esta música ao pé do ouvido de seus companheiros. Entre um beijo e outro, eles paravam para entoar o refrão, sendo o primeiro momento da noite em que era possível ouvir a voz do público mesclada com a do vocalista Morten Harket.

Em Stay on These Roads um fã gritou nos primeiros acordes: "eu namorava ouvindo esta música". "Nóis amamos São Paulo" (sic), disse o tecladista ao final de Blood That Moves the Body.

O primeiro momento em que o a-ha conseguiu unificar as vozes dos fãs foi no pout-pourri Early Morning/Crying in the Rain, 11ª música da noite. Destaque novamente aos casais do local, que tiveram mais um momento de trocas de declarações constantes, motivadas pelo romantismo do grupo.

Após cantarem Cry Wolf, o trio se despediu sob aplausos dos fãs, que não esconderam a cara de decepção ao notar que os grandes hits não haviam sido apresentados. Mas, como manda o repertório, os rapazes saíram do palco e logo retornaram para completar a performance, encerrada pela tão esperada Take on Me, responsável por fazer todos os que estavam nas áreas vips levantarem e dançarem.

Em Train of Thought, um fã deu ao vocalista uma bandeira do Brasil. Harket fez questão de posar ao lado do novo presente para as milhares de máquinas presentes no "gargarejo" da casa de espetáculos. Às 23h32, a frase "Obrigado São Paulo. Brasil para sempre" surgiu no telão, enquanto o trio aplaudia e ovacionava os músicos, que saíram do local gritando "eu te amo" ao público.

O fim da banda

Para a tristeza de muitos, a banda decidiu "fechar a lojinha" devido às dificuldades que encontraram durante a produção do último CD, Foot of the Mountain. O tecladista Magne Furuholmen declarou à imprensa, em outubro de 2009, que o trio teve incontáveis desentendimentos na definição da estética do álbum e todos temiam que tais inconvenientes influíssem na amizade que construíram ao longo destas quase 3 décadas de trabalho.

O anúncio do fim da banda pegou o público de surpresa. Mesmo assim, cerca de 7 mil pessoas aproveitaram a passagem da banda pela cidade e foram ao local de apresentação para ver seus ídolos pela última vez

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