quinta-feira, 13 de maio de 2010

Gênio precoce, músico Stevie Wonder vira sessentão

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Recentemente, Justin Bieber conseguiu quebrar um tabu de 47 anos sem que um adolescente do sexo masculino atingisse o primeiro lugar na parada americana dos álbuns mais vendidos. Quem tinha sido o anterior? Um certo Little Stevie Wonder.

Hoje conhecido em todo o planeta como Stevie Wonder, esse cantor, compositor e músico americano completa 60 anos ainda repleto de energia. Veja mais fotos do ídolo.

Prova disso é seu mais recente trabalho, o DVD Live At Last - A Wonder Summer's Night (Universal Music), gravado ao vivo durante sua mais recente turnê. O show foi realizado na gigantesca O2 Arena, em Londres.

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O registro tem altíssima qualidade de áudio e vídeo, o que o torna extremamente atraente já a partir da parte técnica. Mas no momento em que você começa a ver e ouvir esse mestre da black music em ação, esses detalhes ficam em segundo plano.

Em excelente forma, Wonder dá uma geral em seus maiores sucessos, acompanhado por uma banda afiadíssima e esbanjando entusiasmo, voz potente e um carisma que só mesmo os grandes gênios da música conseguem ter.

Steveland Morris nasceu nos Estados Unidos no dia 13 de maio de 1950 e perdeu a visão nas primeiras horas de vida. No entanto, compensou essa deficiência com um talento nato que foi incentivado pelos pais. Aos oito anos de idade, já tocava vários instrumentos e cantava com categoria de veterano.

Descoberto pela então emergente gravadora Motown Records, que na década de 60 se tornou um celeiro de grandes talentos da música negra americana, Little Stevie Wonder foi contratado com dez aninhos, sendo preparado aos poucos para gravar.

Isso ocorreu quando ele fez 12 anos, em 1962, lançando o compacto com a música I Call it Pretty Music (But ihe Old People Call it ihe Blues) partes 1 e 2. O estouro ocorreu com o terceiro álbum, The Twelve Year Old Genius - Recorded Live (1963), o tal que chegou ao primeiro lugar na parada americana.

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Durante os anos 60, Stevie Wonder foi crescendo e sentindo a necessidade de liberdade artística, algo que a Motown Records não dava a seus contratados. Mesmo assim, seu trabalho apresentava forte evolução. Até que, ao completar 21 anos, dois fatos mudaram a sua vida em todos os sentidos.

Ambos têm a ver com a maioridade. A partir daquele ano (1971), ele teve a oportunidade de receber todo o dinheiro que havia faturado com seus discos, que vinha sendo depositado em seu nome. Mais: o contrato com a Motown acabou.

Para renová-lo, Wonder resolveu ser rebelde e exigiu não só um caminhão de dinheiro, como (e principalmente) liberdade artística. Berry Gordy, presidente do selo, relutou bastante, mas acabou cedendo e aceitou as condições impostas por seu artista. Ele não se arrependeria.

Durante os anos 70, Stevie Wonder se firmou como um dos artistas mais inspirados, inovadores e populares do mundo da música, conseguindo a tão difícil combinação inovação + acessibilidade. Ou seja, agradava ao povão e aos críticos e público mais sofisticado.

Álbuns como Talking Book (1972), Inner Visions (1972), Fulfillingness First Finale (1974) e Songs in the Key of Life (1976) são trabalhos que fãs sérios de música pop não podem deixar de ter em suas discotecas.

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Na época, o sucesso de Wonder e sua capacidade de faturar troféus Grammy era tão grande que, em 1975, ao ganhar com Still Crazy After All these Years os principais prêmios, o americano Paul Simon agradeceu ao colega por não ter lançado nada durante aquele ano.

Um bom resumo desses anos de ouro é a fantástica coletânea dupla The Original Musiquarium 1 (1982), que inclui sucessos como You Are the Sunshine of My Life, I Wish, Isn't She Lovely, Sir Duke e Send One Your Love, além de quatro canções até então inéditas, todas ótimas, entre as quais Ribbon in the Sky, Do I Do e That Girl.

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A partir dos anos 80, o trabalho de Stevie Wonder continuou relevante, mesmo sem a mesma inspiração da década de 70. Ainda assim, emplacou sucessos como Part Time Lover, Overjoyed, Happy Birthday e Master Blaster (Jammin').

O Brasil teve a honra de ver esse gênio da música ao vivo. Em 1971, ele fez um show gravado pela TV Record, em apresentação que já indicava o caminho revolucionário que sua música seguiria logo a seguir.

A segunda ocorreu em 1995, com shows massivos e nos quais o mestre esbanjou sua simpatia e carisma. Tomara que ele volte logo, pois Wonder é fã confesso da música brasileira, tendo cantado, inclusive, Você Abusou, de Antonio Carlos & Jocafi.

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